Na contemporaneidade, vivemos um processo de rápidas e constantes mudanças, com a fragilização das referências simbólicas em que se fundamenta a sociedade. Nesse cenário, o lugar da universidade também é afetado, pois, seus partícipes estão igualmente inseridos nesse contexto de intensas transformações. No ambiente universitário, estão refletidos os anseios, as expectativas e, também, os preconceitos, que representam o pensamento político, social e cultural da nossa época.
O adoecimento da comunidade universitária é efeito do adoecimento da sociedade, na qual se observa a banalização do sofrimento, retratado por uma visão apenas organicista e silenciado pelo uso exacerbado de medicamentos. Tendo em vista o papel da universidade como catalisadora da produção de saberes, não podemos nos furtar à tarefa de pensar sobre a dimensão subjetiva do humano. Esta tem sido recorrentemente apagada pela ênfase nos resultados cognitivos e na apresentação de respostas meramente quantitativas, em detrimento da valorização dos processos envolvidos na construção do saber, nas diversas áreas de conhecimento, o que vem provocando o esgarçamento das estratégias de autocuidado.
Pensando nesses desafios do nosso cotidiano, os Núcleos de Apoio Psicopedagógico da Faculdade de Medicina da Bahia e da Escola de Enfermagem da UFBA, resolveram unir forças para fomentar a reflexão e o debate sobre o mal-estar e o sofrimento que vêm atingindo docentes, discentes e servidores da nossa Universidade, na Mesa-Redonda "Mal-estar na Universidade: precisamos falar disso", a ser realizada no dia 18 de outubro, quinta-feira, às 14 horas, no Instituto de Saúde Coletiva.