Prezados membros do Comando de Greve dos Professores da UFBA,
Como discutimos recentemente, a situação do curso de Medicina na Faculdade de Medicina da Bahia é extremamente preocupante. Estamos enfrentando atrasos substanciais na progressão acadêmica, com muitos estudantes projetando concluir o curso em mais de sete anos. Esses atrasos são consequência, em parte, da paralisação das aulas durante a pandemia e, particularmente, pelo excesso de ingressos de estudantes na transição do Bacharelado Interdisciplinar em Saúde para o curso de Medicina, devido a crescente ocorrência de judicializações. Isso resulta em atrasos, aglomerações de estudantes de diferentes coortes, superlotação e falta de vagas em componentes curriculares essenciais.
Em resposta a esses desafios, a Faculdade de Medicina da Bahia, em colaboração com os setores competentes da UFBA, está atualmente trabalhando em um Terceiro Semestre específico para o curso de Medicina. Este esforço visa minimizar os atrasos na progressão acadêmica dos alunos e facilitar uma transição mais eficaz entre os semestres. Conforme deixamos claro em notas publicadas, reconhecemos e respeitamos a autonomia dos professores na decisão de aderir à greve e apoiamos as reivindicações que motivaram este movimento. No entanto, é importante observar que, para que o Terceiro Semestre traga benefícios efetivos na resolução dos problemas já relatados, precisamos garantir a manutenção de atividades essenciais. Especificamente, juntamente com a manutenção do internato, solicitamos a liberação das atividades acadêmicas para os alunos que estão prestes a entrar no internato. Tal medida é crucial para evitar atrasos adicionais na formatura e o consequente represamento na progressão das turmas anteriores. Isso se aplica igualmente às atividades que envolvem a relação ensino-serviço em campos de prática externos à UFBA, onde disputamos espaços com escolas particulares.
Estamos confiantes de que, ao trabalharmos juntos, encontraremos soluções equilibradas que respeitem os direitos dos professores e as demandas do movimento, sem comprometer ainda mais a formação e o prolongamento do curso de medicina.
Cordialmente,
Antonio Alberto Lopes, Diretor da FMB
Eduardo Reis, Vice-Diretor da FMB